sexta-feira, 3 de junho de 2011

"A existência está em outro lugar"





Não sei. Não entendo essa inconsciência insana. Suponho que tivemos um filho. O menino chama-se Pedro, tem entre três e quatro anos. Um tipo simpático, parece esperto. Julgo que o tenha algum afeto.
Ao longe escuto o barulho metálico de uma catraca. As pesssoas se amontoam ao meu redor.
"Somos o que fazemos pra mudar quem fomos."
Em pouco tempo aquele discurso confuso é o mundo inteiro. A lista de compras, a novela das oito, a salvação das almas - e a moral cristã?(Foda-se a moral cristã). Maldito burburinho.
As pessoas não parecem se incomodar comigo, ou com Pedro, nem mesmo com o meu desejo imediato: SILÊNCIO!

"Minha mãe me deu ao mundo
em um momento de amor,
e me deu a sentença de sempre
pedir licença, ma nunca deixar de entrar..."

Sinto os cabelos úmidos, o corpo dormente...
Os sentidos me voltam numa progressão lenta. Identifico algumas palavras :  "Before you accuse me, take a look at yourself..."


"...Mamãe, eu vou pra lua, mamãe,
eu e minha mulher.
Mamãe, não fique assim,
não chore; eu não estou partindo,
eu estou me preparando pra voltar..."


Tenho um disco do Clapton na vitrola.
Não sei o que é real.






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