domingo, 28 de agosto de 2011




"...
Eu era a soma de todos os erros: bebia, era preguiçoso, não tinha um deus, idéias, ideais, nem me preocupava com política. Eu estava ancorado no nada, uma espécie de não ser. E aceitava isso. Eu estava longe de ser uma pessoa interessante; dava muito trabalho. Eu queria mesmo era um espaço sossegado e obscuro pra viver a minha solidão. Por outro lado, de porre, eu abria o berreiro, pirava, queria tudo e não conseguia nada. Um tipo de comportamento não se casava com o outro. Pouco me importava..." (Mulheres -Bukowski)


Sô doida por ele.

sábado, 13 de agosto de 2011




- Não sei quantos desses mil demônios nasceram comigo, quantos eu adquiri, escrever é uma forma de libertá-los.



quinta-feira, 11 de agosto de 2011

E a matina é longa,
o sono escasso
e o som eterno.


"If you lose your money, great God, don't lose your mind..."








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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

E o trecho que me persegue...

"... A luz que havia era a do cigarro, que me fazia desviar os olhos de um lado para outro. Não podia deixar de olhá-la. Às vezes me entorpecia, e a luz ia diminuindo, cobria-se de cinza. De repente despertava sobressaltado: parecia-me que, se o cigarro se apagasse, alguma desgraça me sucederia. E entrava a fumar desesperadamente, e soprava a cinza. IMPOSSÍVEL DORMIR..."


O corpo que não tolera a posição horizontal...


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terça-feira, 12 de julho de 2011

Uma sucessão de merdas.



"... É verdade que tenho o cigarro e tenho o álcool, mas quando bebo demais ou fumo demais, a minha tristeza cresce. Trizteza e raiva..."

(Angústia, p. 20)










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sexta-feira, 3 de junho de 2011

"A existência está em outro lugar"





Não sei. Não entendo essa inconsciência insana. Suponho que tivemos um filho. O menino chama-se Pedro, tem entre três e quatro anos. Um tipo simpático, parece esperto. Julgo que o tenha algum afeto.
Ao longe escuto o barulho metálico de uma catraca. As pesssoas se amontoam ao meu redor.
"Somos o que fazemos pra mudar quem fomos."
Em pouco tempo aquele discurso confuso é o mundo inteiro. A lista de compras, a novela das oito, a salvação das almas - e a moral cristã?(Foda-se a moral cristã). Maldito burburinho.
As pessoas não parecem se incomodar comigo, ou com Pedro, nem mesmo com o meu desejo imediato: SILÊNCIO!

"Minha mãe me deu ao mundo
em um momento de amor,
e me deu a sentença de sempre
pedir licença, ma nunca deixar de entrar..."

Sinto os cabelos úmidos, o corpo dormente...
Os sentidos me voltam numa progressão lenta. Identifico algumas palavras :  "Before you accuse me, take a look at yourself..."


"...Mamãe, eu vou pra lua, mamãe,
eu e minha mulher.
Mamãe, não fique assim,
não chore; eu não estou partindo,
eu estou me preparando pra voltar..."


Tenho um disco do Clapton na vitrola.
Não sei o que é real.






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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Dia desses...

Se é pra acreditar no ilógico,
no improvável, no impossível...
é meu dever.


Lamento. O silêncio,a não-lembrança, a meia dúzia de palavras perdidas no tempo.
Na gaveta, a correspondência não enviada, amarelada pela passagem dos dias.
Quando éramos dois, me sentia mais forte, como nunca mais serei. Depois o tempo foi passando, cumprindo seu papel, separando histórias. Nunca mais àquelas conversar absurdas, tão distantes da verdade...mas ele cria, recordando detalhes.
O leitor ideal:
- lendo antropologia poética, do Drummond.
- Não seria antologia?
- Eu que lendo, eu que sei!
Uma malícia, uma ingenuidade só.
Hoje a cidade amanheceu mais triste, como numa manhã de partida há alguns anos. Mas não há de ser nada. Não há de se apagar agora o sorriso que nunca cessava, nem na dor. Não há de ser nada...

Meu caro,
te vejo em breve.